A crase assinala o encontro de dois aa: um deles, o "a" preposição, é pedido pela palavra da esquerda; o outro, o "a" artigo, é aceito pela palavra da direita. Quando esses aa se encontram, temos a fusão deles, o “a” craseado (à).
Observe o esquema. Entre barras está o "a" preposição e entre parênteses está o "a" artigo:
Eu vou /a/ (a) Bahia – há dois aa, pois o verbo "ir" exige a preposição "a" e o nome "Bahia" aceita artigo, logo, "Eu vou à Bahia".
Eu vou /a/ ( ) São Paulo – há um "a", pois o verbo "ir" exige a preposição "a" e o nome "São Paulo" não aceita a anteposição do artigo "a" – dizemos "Voltamos de São Paulo", e não "voltamos da São Paulo" – logo não há crase.
A novela vai ao ar /a/ ( ) partir das 21 horas – há apenas um "a", o "a" preposição, pois não se usa artigo antes de verbo.
Um bom expediente para saber se há crase é a "prova do ao": substitui-se a palavra feminina por uma masculina. Se o "a" virar "ao", há crase; caso contrário, não há.
Veja: há crase em "Ele se dirigiu à mãe" porque "Ele se dirigiu ao pai". Mas não há crase em "Ele se dirigiu a uma colega" porque "Ele se dirigiu a um colega", ou seja, na substituição da palavra feminina por uma masculina o "a" não virou "ao".