Não basta compreendermos nossos escritos; o mais importante é o outro compreender bem.
Se tivermos essa preocupação, estaremos mais "vacinados" contra problemas como a ambiguidade da seguinte frase, retirada de uma revista: "Prefeito cumprimenta governador em seu aniversário".
Ao lê-la, temos duas interpretações,1. O prefeito cumprimentou o governador no dia do aniversário do chefe do Executivo estadual.
2. O prefeito, no dia de seu aniversário, cumprimentou o governador.Em alguns casos, a solução desse problema é a substituição do seu/sua pelo dele/dela.
Não é, porém, o caso dessa frase, pois coincidiu de os substantivos "prefeito" e "governador" terem o mesmo gênero e número.
Ou seja, ficaria do mesmo modo ambíguo "Prefeito cumprimenta governador no aniversário dele".
Alguns advogam a repetição do substantivo após o "dele", entre parênteses, para resolver o problema: "Prefeito cumprimenta governador no aniversário dele (o governador)".
A nosso ver, essa saída pode ser boa para a compreensão, mas é péssima para o estilo.
O ideal mesmo é mudar a redação: se o aniversário for do prefeito, "Em seu aniversário, prefeito cumprimenta governador"; se o aniversário for do governador, "Prefeito cumprimenta governador pelo aniversário".
De tudo isso, fica a lição de que o seu/sua tem forte potencial para causar ambiguidade e, por isso, o emprego dele deve ser feito com muito critério.
Um comentário:
Não é à toa que, em "Carta ao pai", optou-se (em relação ao pai) pela segunda pessoa do singular.
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