A palavra "vírgula", em sua origem latina, é um diminutivo: "virga"(= vara) + "-ula" (= sufixo diminutivo). "Vírgula", portanto, significa "varinha". Essa é a razão de sua forma lembrar um pequeno ramo.
A maioria dos manuais ensina que a vírgula corresponde a uma pausa. Um olhar atento, porém, perceberá que isso não é verdade. Muitas vezes, há pausa, mas não há vírgula. Eis um exemplo: "Eu fui e voltei".
A constatação desse fato levou o saudoso Celso Luft a afirmar que "a pontuação em língua portuguesa obedece a critérios sintáticos, e não prosódicos". Ou seja, a vírgula é um recurso da escrita que serve para separar palavras, organizando-as e deixando claras suas relações sintáticas.
Concordamos com o professor Luft, pois nossa convivência com textos nos deu a certeza de que para empregar bem a vírgula é preciso saber análise sintática. Os que não sabem análise sintática tendem a se apoiar na história da pausa e erram enchendo o texto de vírgulas.
Em resumo, se você quer dominar o emprego da vírgula, aprenda primeiro análise sintática. Livre-se também da falsa ideia de que toda vírgula representa uma pausa. E o mais importante, como recomenda Celso Luft, "economize vírgulas!", pois a tendência entre os que não dominam as regras gramaticais é carregar nas vírgulas.