Líamos, em pleno gozo do ócio de domingo, uma reportagem sobre a política internacional do governo do Brasil.
Estava tudo bem com o texto, até que nos deparamos com a seguinte frase: “Na viagem à Cuba, o presidente Lula encontrou protestos…”
O grifo no “a”, leitor, é para destacar a ocorrência de um erro muito comum: a crase antes de nome de lugar que rejeita artigo.
Observe que dizemos “Estive em Cuba”, e não “Estive na Cuba”.
Logo, o nome “Cuba” rejeita a anteposição do artigo feminino “a”.
Por isso, não há crase em “Na viagem a Cuba, o presidente Lula encontrou protestos…”
O macete para saber quando ocorre crase antes de nome de lugar é simples.
Basta usar o verbo “voltar”.
Se ficar “voltar da”, há crase.
Se o resultado for outro, ficar “voltar de”, não há.
Veja: “Eu voltei de Brasília”; logo, com “Brasília”, não há crase.
Caso diferente é o do nome “Bahia”, pois “Eu voltei da Bahia”.
Importante ressaltar que haverá crase se o topônimo (=nome de lugar) estiver determinado: “Fomos à Brasília dos grandes escândalos de corrupção”.
A fórmula voltar de/da confirma a crase: “Voltei da Brasília dos grandes escândalos de corrupção”.