Bastidor e bastidores

Tenho observado, principalmente nos textos de imprensa, que é cada vez mais comum o uso de “bastidor” por “bastidores”.

O problema é que, considerando-se o preceituário da língua-padrão, esse uso está equivocado.

“Bastidor” e “bastidores” são vocábulos com significados distintos.

“Bastidor” é um aparelho para bordar, um caixilho geralmente de madeira que segura o tecido a ser bordado.

É também, nos teatros e nas casas de espetáculo, armação móvel de cenário, feita de madeira e pano, que se monta nas partes laterais do palco para delimitar o espaço cênico.

A palavra “bastidores” é um pluralia tantum, um termo que só se usa no plural, como “férias”, “óculos” e “parabéns”.

Nomeia os corredores que contornam a cena, as coxias.

Figurativamente designa o ambiente restrito, fora do alcance da maioria das pessoas, no qual, conforme o dicionário Houaiss, “resoluções são planejadas e ações são empreendidas”.

É quando empregam este último significado que as pessoas se atrapalham.

Dizem, por exemplo, “o bastidor da Copa do Mundo”, “o bastidor das eleições”, em vez de dizerem o que é abonado pelos dicionários: “os bastidores da Copa do Mundo”, “os bastidores das eleições”.

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