Título na capa de uma revista: “Diga-me o que tomas e direi quem és”.
Estaria tudo perfeito com o título se não fosse a falta de uniformidade das pessoas verbais, pois “diga” é terceira pessoa do imperativo e “tomas”, segunda pessoa do presente do indicativo.
Para que houvesse uniformidade, ambas as formas verbais deveriam estar na segunda ou na terceira pessoa, como nos exemplos a seguir:
1. As duas formas verbais na segunda pessoa:
• “Dize-me (tu) o que (tu) tomas...”
2. As duas formas verbais na terceira pessoa:
• “Diga-me (você) o que (você) toma...”
Em vez disso, o título equivocado fez uma salada, misturou “você” com “tu” – “Diga-me (você) o que (tu) tomas...” –, o que não é possível na língua culta.
O provérbio que certamente foi a fonte de inspiração do errado título é “Dize-me com quem tu andas, que te direi quem és”, que muitos erradamente dizem “Diga-me com quem tu andas, que te direi quem és”, com o mesmo erro da falta de uniformidade de pessoas.
Isso mostra que muita gente não está sabendo conjugar o imperativo afirmativo.
De fato, conjugar o imperativo afirmativo não é muito simples, exige uma pequena “engenharia”:
1. Da segunda pessoa do singular e da segunda do plural do presente do indicativo saem a segunda pessoa do singular e a segunda do plural do imperativo afirmativo, suprimindo-se o “s” final.
Vejamos isso na prática usando o verbo “dizer”:
• Segunda pessoa do singular do presente do indicativo: dizes.
• Segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo: dizes - s = dize (tu).
• Segunda pessoa do plural do presente do indicativo: dizeis.
• Segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo:
dizeis - s = dizei (vós).
2. Do presente do subjuntivo saem as demais pessoas:
“Dizer”/presente do subjuntivo – ele diga, nós digamos, eles digam.
“Dizer”/imperativo afirmativo – diga você, digamos nós, digam vocês.
O imperativo negativo é mais fácil, pois todas as suas formas vêm do presente do subjuntivo:
“Dizer”/presente do subjuntivo – eu diga, tu
digas, ele diga, nós digamos, vós digais, eles digam.
“Dizer”/imperativo negativo – não digas tu, não diga você, não digamos nós, não digais vós, não digam vocês.
Para terminar, observe que tanto o imperativo afirmativo como o negativo são conjugados a partir da segunda pessoa do singular (tu).
A razão é simples: como o imperativo é o modo que exprime ordem, não pode haver a primeira pessoa do singular, pois “eu” não dá ordens a “eu”.
Além disso, quando se conjuga o imperativo, o pronome de terceira pessoa é “você” em vez de “ele”.
E a razão outra vez é simples: ordens são dadas de uma pessoa a outra e, quando falamos com outro, usamos “você”, e não “ele”.
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Estaria tudo perfeito com o título se não fosse a falta de uniformidade das pessoas verbais, pois “diga” é terceira pessoa do imperativo e “tomas”, segunda pessoa do presente do indicativo.
Para que houvesse uniformidade, ambas as formas verbais deveriam estar na segunda ou na terceira pessoa, como nos exemplos a seguir:
1. As duas formas verbais na segunda pessoa:
• “Dize-me (tu) o que (tu) tomas...”
2. As duas formas verbais na terceira pessoa:
• “Diga-me (você) o que (você) toma...”
Em vez disso, o título equivocado fez uma salada, misturou “você” com “tu” – “Diga-me (você) o que (tu) tomas...” –, o que não é possível na língua culta.
O provérbio que certamente foi a fonte de inspiração do errado título é “Dize-me com quem tu andas, que te direi quem és”, que muitos erradamente dizem “Diga-me com quem tu andas, que te direi quem és”, com o mesmo erro da falta de uniformidade de pessoas.
Isso mostra que muita gente não está sabendo conjugar o imperativo afirmativo.
De fato, conjugar o imperativo afirmativo não é muito simples, exige uma pequena “engenharia”:
1. Da segunda pessoa do singular e da segunda do plural do presente do indicativo saem a segunda pessoa do singular e a segunda do plural do imperativo afirmativo, suprimindo-se o “s” final.
Vejamos isso na prática usando o verbo “dizer”:
• Segunda pessoa do singular do presente do indicativo: dizes.
• Segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo: dizes - s = dize (tu).
• Segunda pessoa do plural do presente do indicativo: dizeis.
• Segunda pessoa do plural do imperativo afirmativo:
dizeis - s = dizei (vós).
2. Do presente do subjuntivo saem as demais pessoas:
“Dizer”/presente do subjuntivo – ele diga, nós digamos, eles digam.
“Dizer”/imperativo afirmativo – diga você, digamos nós, digam vocês.
O imperativo negativo é mais fácil, pois todas as suas formas vêm do presente do subjuntivo:
“Dizer”/presente do subjuntivo – eu diga, tu
digas, ele diga, nós digamos, vós digais, eles digam.
“Dizer”/imperativo negativo – não digas tu, não diga você, não digamos nós, não digais vós, não digam vocês.
Para terminar, observe que tanto o imperativo afirmativo como o negativo são conjugados a partir da segunda pessoa do singular (tu).
A razão é simples: como o imperativo é o modo que exprime ordem, não pode haver a primeira pessoa do singular, pois “eu” não dá ordens a “eu”.
Além disso, quando se conjuga o imperativo, o pronome de terceira pessoa é “você” em vez de “ele”.
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