Sem-terra e outros casos

As palavras compostas formadas por "sem-" aplicadas a pessoas são em geral invariáveis: o sem-terra, os sem-terra, o sem-pão, os sem-pão, o sem-trabalho, os sem-trabalho, o sem-vergonha, os sem-vergonha, o sem-teto, os sem-teto.

Quando é necessário deixar claro que essas palavras estão sendo usadas no plural, isso é feito por um artigo, adjetivo, pronome ou verbo: "Os sem-terra estão acampados no Centro da cidade", "Choque expulsa vários sem-teto", "Sem-trabalho diminuem no Brasil".

Qual a lógica dessa ausência de flexão? Em todos esses casos, há um substantivo implícito. Por isso, não ocorre a flexão numérica: "Os (agricultores) sem-terra estão acampados no Centro da cidade", "Choque expulsa vários (moradores) sem-teto", "(Pessoas) Sem-trabalho diminuem no Brasil".

Convém observar que algumas palavras com "sem-" que são aplicadas a coisas e ações variam em número. Algumas dessas: o sem-fim, os sem-fins, o sem-segundo, os sem-segundos, o sem-termo, os sem-termos, a sem-vergonhez, as sem-vergonhezes, a sem-vergonhice, as sem-vergonhices.

Neste caso, a flexão ocorre porque não existe um substantivo implícito: “Infelizmente, as ( ) sem-vergonhices dos políticos brasileiros são incontáveis”.

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