Complemento nominal x adjunto adnominal

Aquela história de aprender a identificar um “agente da passiva”, uma “oração subordinada substantiva objetiva direta”…

Somos rigorosamente contra essa forma de ensino da língua portuguesa.  Mas hoje vamos abrir uma exceção.

Tudo porque a jovem Larissa Alves, 14 anos, nos enviou uma mensagem em que fez um pedido: “Professor Laércio, por favor, me ensine a saber a diferença entre um adjunto adnominal e um complemento nominal”.

Por ser estudante do do 8º ano do ensino fundamental, esse conteúdo está sendo cobrado a Larissa.

A nosso ver, saber diferenciar um adjunto adnominal de um complemento só tem utilidade quando esse conhecimento é vinculado à produção de texto.

Ou seja, quando o conhecimento do que é um sujeito, um objeto, um adjunto, ajuda o aluno a produzir bons textos. O professor, portanto, precisa associar o ensino de sintaxe à produção textual.

Posto isso, vamos atender ao pedido de Larissa: cara leitora, antes de tudo você precisa saber que o complemento nominal, como o próprio nome diz, completa o significado de um nome; ao passo que o adjunto é apenas um termo acessório, não é necessário para dar sentido ao nome.

O complemento nominal sempre é iniciado por preposição; o adjunto, às vezes. Quando o adjunto não é iniciado por preposição, é tranquilo, não existe a confusão complemento/adjunto.

No entanto, quando é, surgem os casos em que o aluno tem dificuldade para distinguir esses dois termos. Para não ter essa dificuldade, o estudante tem de ficar atento às diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal.

PRIMEIRA DIFERENÇA: o complemento nominal se liga a substantivos abstratos, a adjetivos e a advérbios; o adjunto se liga a substantivos, que podem ser abstratos ou concretos.

SEGUNDA DIFERENÇA: o complemento nominal tem sentido passivo, ou seja, recebe a ação expressa pelo nome a que se liga; o adjunto tem sentido ativo, isto é, ele pratica a ação expressa pelo substantivo modificado por ele.

TERCEIRA DIFERENÇA: o complemento não expressa ideia de posse; o adjunto frequentemente indica posse. Vamos agora praticar essa teoria: “As casas de madeira são ótimas no inverno”.

“De madeira” é complemento nominal ou adjunto?

Lembra-se do que dissemos na “primeira diferença”? O complemento nominal se liga exclusivamente a substantivos abstratos. “De madeira” está modificando um substantivo concreto, “casas”.

Logo, “de madeira” é adjunto adnominal. Outro exemplo: “Ele é igual ao pai”. Qual a função de “ao pai”? Ele está se referindo a “igual”, que é adjetivo.

Como dissemos na “primeira diferença”, o complemento nominal se liga a adjetivos, o adjunto não. Portanto, “ao pai” é complemento nominal.

Mais um exemplo: “Amor de mãe é eterno”. Qual a função do termo “de mãe”? Ele está modificando um substantivo abstrato, “amor”.

Logo, pode ser complemento nominal ou adjunto. A “segunda diferença” vai nos ajudar: “de mãe” tem sentido ativo, a mãe sente o amor.

Assim, “de mãe” é adjunto adnominal. Mais um: “O amor à mãe é sagrado”. O termo “mãe” agora tem sentido passivo. “Mãe” não está dando amor, mas sim recebendo.

Conclusão: “à mãe” é complemento nominal. Um último exemplo: “A fuga do ladrão foi ousada”. Há neste caso ideia de posse: “do ladrão” é, portanto, adjunto adnominal.

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DIA-A-DIA ou DIA A DIA?

Pela nova regra, não existe hífen nas palavras compostas que têm entre os termos um elemento de ligação (artigo, conjunção, preposição ou pronome).

Exemplos: corpo a corpo (substantivo e advérbio), passo a passo (substantivo e advérbio), arco e flecha, general de divisão, lua de mel, pé de moleque, ponto e vírgula, não me toques (melindres), um disse me disse, um deus nos acuda, um(a) maria vai com as outras, um pega pra capar, carne de sol, dor de cotovelo, pau de sebo, (um) faz de conta, queda de braço, (forró/trio) pé de serra, fim de semana, bicho de sete cabeças, mão de obra, quarta de final, dia a dia (substantivo e advérbio).

Olho vivo, pois há exceções! Ei-las:

a) água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia (as economias de uma pessoa), ao deus-dará e à queima-roupa;

b) os compostos entre cujos elementos há apóstrofo, como cobra-d’água, caixa-d’água, mestre-d’armas, mãe-d’água e olho-d’água;

c) os nomes de espécies botânicas e zoológicas, como andorinha-do-mar, bem-te-vi, cana-de-açúcar, coco-da-baía, dente-de-leão, feijão-carioca, feijão-verde, joão-de-barro, limão-taiti e mamão-havaí;

d) os adjetivos pátrios derivados de topônimos compostos, como cruzeirense-do-sul, florentino-do-piauí e mato-grossense-do-sul.

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A origem da palavra “nicotina”

Em meados do século 16, o comerciante francês Jean Nicot levou o tabaco para a cidade de Paris. Rapidamente o cigarro virou moda na capital francesa e se expandiu por toda a Europa.

Nicot ganhou fama, ficou rico e virou embaixador da França em Portugal. À época, desconhecia-se o mal que o cigarro causa à saúde.

Somente no século 19 descobriram que o cigarro tem um veneno muito nocivo à saúde, e sobrou para Nicot: o veneno descoberto foi batizado de “nicotina”.

Em tempo: o nome científico da planta tabaco é Nicotiana tabacum, também uma homenagem a Jean Nicot.

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Dicas para você interpretar melhor um texto

  1. Interpretação de texto é o “terror” para muitos candidatos que disputam vagas em concursos e vestibulares.

    Não é de se estranhar, afinal cada vez mais se lê menos neste país. Então, esta é a primeira dica para quem quer melhorar a interpretação de texto: leia.

    E não é para ler pouco.É para ler muito e de forma diversificada: literatura, jornais, revistas, sites, gibis,,,

    Afora a leitura, existem alguns “macetes” que ajudam na hora de interpretar um texto:

    1. Leia o texto no mínimo duas vezes. Na primeira leitura, atenha-se ao conteúdo, na segunda, veja como o texto está articulado, desenvolvido.

    2. Observe as relações interparágrafos. Um parágrafo geralmente mantém com outro uma relação de continuação, conclusão ou falsa oposição. Identifique muito bem essas relações.

    3. Sublinhe, em cada parágrafo, o tópico frasal, ou seja, a ideia mais importante.

    4. Leia com muito cuidado os enunciados das questões, sem pressa, para entender bem a pergunta.

    5. Grife palavras como correto ou incorreto, evitando, assim, uma confusão na hora da resposta.

    6. Não dê muito valor ao que o autor quis dizer, mas sim ao que ele disse, expressou no texto.

    7. Identifique os personagens principais e secundários e centre-se nas características físicas e psicológicas deles.

    8. Se o foco do enunciado for o tema ou a ideia principal, leia com atenção a introdução e/ou a conclusão.

    9. Se o enunciado focar o item argumentação, concentre-se no desenvolvimento.

    10. Olhe com especial atenção os pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc., chamados vocábulos relatores, porque remetem a outros vocábulos do texto.

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Se eu ver João ou Se eu vir João?

Se eu ver João, eu te aviso. Quando eu ver Maria, vou dar um abraço nela. Se eu rever o assunto mais uma vez, tenho certeza que tiro 10.

É assim que o povo diz. Mas a gramática ensina que é diferente.

O problema está numa armadilha: o futuro do subjuntivo, que geralmente é precedido de “se” ou “quando”, na maioria das vezes é igual ao infinitivo: para eu cantar (infinitivo), se eu cantar (futuro do subjuntivo), para eu vender (infinitivo), quando eu vender (futuro do subjuntivo).

Há, porém, os verbos irregulares, que não seguem esse paradigma. No caso deles, o infinitivo é bem diferente do futuro do subjuntivo: para eu fazer (infinitivo), se eu fizer (futuro do subjuntivo), para eu ter (infinitivo), quando eu tiver (futuro do subjuntivo).

Por isso é muito importante saber que, entre os verbos, há os tempos primitivos e os derivados. O futuro do subjuntivo, por exemplo, é derivado do pretérito perfeito.

Precisamente, da terceira pessoa do plural menos as duas últimas letras. Vejamos isso com o verbo “ver”.

Vamos pegar a terceira pessoa do passado desse verbo: eles viram. E tirar as duas últimas letras: vir.

Nasce, dessa forma, a primeira pessoa do futuro do subjuntivo: se eu vir. E, a partir dela, fica mais fácil conjugar as outras pessoas desse futuro: se tu vires, se ele/você vir, se nós virmos, se vós virdes, se eles/vocês virem.

Convém observar que os derivados de “ver” conjugam-se da mesma forma: se eu revir, quando eu previr, se ela antevir.

O verbo “prover”, contudo, é uma exceção: se eu prover, quando ele prover, se nós provermos.

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Apartir, concerteza e agente ou a partir, com certeza e a gente?

Vamos logo começar dizendo que “a partir” e “com certeza” se escrevem separados. Não existem as grafias “apartir” e “concerteza”, juntas.

“A partir” é a preposição “a” mais o verbo “partir”: “Traduzo textos a partir de R$ 40,00”. E “com certeza” é a preposição “com” mais o substantivo “certeza”: “Com certeza, irei à sua casa domingo”.

E quanto à dúvida “agente” e “a gente”?

As duas formas existem. “Agente”, junto, é substantivo e significa aquele que age, que pratica a ação: o agente causador da doença, o agente da polícia, o agente secreto.

“A gente”, separado, é forma de tratamento, o mesmo que “nós”:

“A gente vai à praia amanhã”;  “Estão maltratando a gente”. Olho vivo! Com “a gente”, forma de tratamento, o verbo fica sempre na terceira pessoa do singular.

Assim, na língua culta é erro grave dizer/escrever “A gente vamos à praia”.

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CRASE ANTES DE HORAS

Na maioria das vezes, há crase no “a” que precede horas:

Os supermercados abrem às 7h. O jogo será à 1h da madrugada. À 0h do dia 1.º de janeiro, começará a queima de fogos. Em cinco casos, porém, não há crase nesse “a” que acompanha horas: quando antes dele há as preposições “até”, “após”, “desde”, “entre” e “para”.

Veja:


Os ingressos serão vendidos até as 18h. Os portões serão fechados após as 7h30. O consumo de álcool está liberado desde a 0h de segunda-feira. Há uma lei que proíbe a prática esportiva na praia entre as 8h e as 16h.

A sessão estava marcada para as 20h. Regra prática – Substitua a hora por “meio-dia”: se der “ao meio-dia”, há crase; se não der, esqueça a crase.

Observe: A transmissão começa às 6h30, com crase, porque A transmissão começa ao meio-dia. Mas: O erro foi identificado pela reportagem após as 19h de ontem, sem crase, porque O erro foi identificado pela reportagem após o meio-dia de ontem.

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Os plurais “artesãos” e “artesões”

Cuidado com os plurais “artesãos” e “artesões”, pois eles não significam a mesma coisa. “Artesãos” é o plural de “artesão”, o artista.
“Artesões” é o plural de “artesão”, o enfeite de abóbada. Assim sendo, “Os artesões da igreja foram produzidos por artesãos pernambucanos”.
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MUSSARELA ou MUÇARELA?

O duplo “z” de palavras italianas vira, em português, “ç”: carrozza – carroça piazza – praça razza – raça Na Itália, escreve-se “mozzarella”, com dois “z”.
É por isso que os principais dicionários (Aurélio e Houaiss) e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) prescrevem a grafia “muçarela”, com “ç”.
Portanto, por incrível que pareça, a forma “errada”, segundo as fontes citadas, é justamente a que quase todo mundo usa: “mussarela”.

Como explicar isso?

Não é difícil: um belo dia, alguém que desconhecia a regra de que o duplo “z” italiano vira “ç” em português escreveu “mussarela”.
Outros que também desconheciam a regra o acompanharam. E assim foi popularizada a grafia com dois “ss”.
Hoje, ai daquele que escreve “muçarela”! Certamente, para a grande maioria, o errado é ele, apesar de a ortografia oficial dizer o contrário.
  • Diante da situação, o que fazer?
  • Ignorar a regra e grafar “mussarela” conforme a maioria?
  • Ou acatar a prescrição da norma e escrever “muçarela”?
Eu vou dizer o que faço: escrevo “muçarela”, mas não corrijo quem escreve “mussarela”, pois sei que este é mais um dos tantos erros que o uso consagrou.

Se você quer passar num concurso, não pode deixar de ler este LIVRO.

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A importância de aprender uma língua estrangeira

Em um mundo cada vez mais globalizado, aprender um idioma estrangeiro, especialmente o inglês, é uma das chaves para o sucesso.

O domínio de uma língua como o inglês é um forte diferencial em qualquer currículo. Por outro lado, é pouco estratégico ter várias formações e deixar o currículo sem o registro de um bom curso de línguas.

E, com tantas facilidades, é incompreensível não procurar aprender uma língua estrangeira. Falta de tempo e falta de dinheiro não são mais desculpas.

Existindo vontade, com certeza essas dificuldades serão superadas. Hoje há a ferramenta da internet, a forte competitividade levando os preços de cursos a um valor mais acessível, enfim, existe muito mais facilidade que no passado.

Como pesquisar e encontrar um bom curso de idiomas?

A melhor forma para localizar um bom curso é pela internet. E um bom site para isso é o Infoisinfo. Nele, você encontra uma criteriosa seleção com as melhores escolas de idiomas do país.

Você terá opções e mais opções para pesquisar e encontrar o que melhor lhe convém. E tudo de uma maneira supersimples e descomplicada.

Vale a pena acessar e procurar o seu curso de línguas. Como dissemos, é cada vez mais estratégico aprender uma língua estrangeira. E você não pode ficar de fora dessa. O investimento no seu futuro passa pelo domínio de idiomas como inglês e espanhol.

Se você não tem esse conhecimento ainda, está na hora de buscá-lo. Não perca mais tempo. Fale inglês, fale espanhol, francês, italiano, enfim, quantas línguas puder aprender.

Você vai ver como esse aprendizado será marcante na sua vida.

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